Carlos Eduardo Niemeyer já perdeu a conta das vezs em que visitou, em Copacabana, o QG do seu avô, o genial Oscar Niemeyer (1907-2012). Fosse como neto ou como fotógrafo (era dele a incumbência de registrar as maquetes do arquiteto). Pois a partir de agora as idas de Kadu, como ele é conhecido, ao local serão bem mais frequentes. Cabe a ele a tarefa de administrar o escritório do avô.
E, na nova função, tem uma senhora missão à sua espera. Ele vai coordenar as execuções de simplesmente 11 projetos que serão construídos em Maricá, no litoral fluminense. O município é apontado como o Emirado Árabe brasileiro em razão dos investimentos financeiros propiciados pelos royalties do petróleo.
Entre os empreendimentos, o Estádio João Saldanha, o Teatro Municipal, o Centro Cultural Pomba da Paz (com ele na foto) e dois museus, um de arte e outro, dedicado à memória de João Goulart (1919-1976), presidente deposto pelo golpe de 1964.
E os planos para aquele município não param por aí. Kadu quer fazer da Fazenda Bananal – que foi de seu tataravô e onde seu bisavô, Manuel Ribeiro de Almeida, nasceu – o Museu Oscar Niemeyer.
– Doarei vários objetos pessoais e obras do meu avô para esse projeto, que é um sonho meu – revela Kadu, que aprendeu a fotografar maquetes quando acompanhou o avô no seu exílio voluntário na França, em 1971.
– Trabalhamos juntos no seu escritório, em Paris. Com ele também aprendi o que era a fotografia de arquitetura, que parte do conceito do profissional para encontrar o melhor ângulo para o registro – arremata.
Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e Micheline Rangel (imagem)