Com uma contribuição extraordinária à história social e política do Brasil, Claudia Andujar é uma das maiores fotógrafas de todos os tempos. Ela dedicou boa parte de sua vida ao fotojornalismo e se juntou à luta do povo Yanomami pela demarcação de terras nos anos 1970. Seu acervo de mais de 40 mil fotos agora vai passar a ser preservado pelo Instituto Moreira Salles (IMS).
Em abril de 2023 a exposição “Claudia Andujar: a luta Yanomami”, do IMS, passou por Nova York (EUA) e nos próximos meses passará pela Cidade do México e Puebla (México), por Bogotá (Colômbia) e por Santiago (Chile). Suas fotografias, que combinam elementos documentais e artísticos, são marcadas por um profundo senso de empatia e solidariedade com os povos indígenas da Amazônia. Elas são ao mesmo tempo um registro histórico e uma reflexão poética sobre a vida e a cultura desses povos.
A luta pela sobrevivência foi uma realidade desde cedo para Andujar. Ela nasceu na Suíça, em 1931, e precisou sair da sua terra natal para fugir do holocausto. Sua família paterna, de origem judaica, foi morta em campos de concentração nazistas. Em 1955, ela se mudou para o Brasil e começou a trabalhar como fotógrafa.
Fazem parte do vasto acervo fotografias dos anos 1950 a 1970 de trabalhos de Andujar, como na extinta revista Realidade, período em que ela documentou o Brasil e também países da América Latina. Ensaios experimentais que Claudia desenvolveu em São Paulo (SP) a partir de seu interesse pela cidade e pela alma feminina, como as séries “Rua Direita” e “A Sônia” também vão estar no conjunto.
Créditos das fotos: Helen Salomão e Claudia Andujar / Instituto Moreira Salles