Ousadas, corajosas e transgressoras. E, por unirem tais predicados, revolucionaram costumes e arejaram cabeças (as dos machões, sobretudo). Estamos falando de Betty Faria e Leila Diniz (1945-1972), musas e símbolos de resistência e liberdade. Numa ida à praia, as atrizes foram instigadas por Antonio Guerreiro (1947-2019), então namorado de Leila, a trocarem o selinho, eternizado pelo grande fotógrafo acima.
Ela é apenas uma das muitas imagens imortalizadas pelo artista que estarão enfim reunidas num livro. “Antonio Guerreiro Portraits” (Barléu) traz registros de artistas e intelectuais que marcaram a vida cultural brasileira entre os anos 1970 e 80. A edição traz ainda textos inéditos de dois ases da fotografia, Bob Wolfenson e Luiz Garrido, e do cineasta Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, cuja amizade com Guerreiro começou ainda nos bancos escolares.
E há na obra, claro, muitas beldades cujos atributos Guerreiro soube valorizar ou, melhor dizendo, poetizar como ninguém. Entre os mulherões, nomes como Zezé Motta, Sandra Bréa (1952-2000) e Scarlet Moon (1950-2013) – duas de suas ex-namoradas, aliás – e as Frenéticas, que fizeram, em fins dos anos 1970, o país abrir suas asas e soltar suas feras.
E a foto do beijo entre Betty e Leila é apenas um dos tesouros garimpados para a edição, organizada por Carlos Leal, da Barléu. DE tão icônica, a foto foi arrematada num leilão em 2019, pouco depois da morte do fotógrafo, por R$ 5 mil.
E a imagem estará acessível a outros compradores. “Antonio Guerreiro Portraits” será lançado na próxima quinta-feira (08), na Livraria Argumento, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e Antonio Guerreiro (imagem)