Desde que a Studio3 Cia de Dança estreou “Pessoa(s)”, no início de 2022, um pedido tem se repetido a cada nova temporada do espetáculo: que ele volte. Isso se dá desde o MASP Auditório, onde a produção fez sua première no dia 05 de abril daquele ano, até os dias de hoje. Fazendo valer o ditado de que a voz do povo é a voz de Deus, a companhia faz duas novas sessões do espetáculo, neste fim de semana (dias 15 e 16), no Teatro Sergio Cardoso, em São Paulo, com entrada franca.
Parte do interesse pelo espetáculo vem de seu muso inspirador: o poeta português Fernando Pessoa (1888-1935). Os textos e os heterônimos desse grande mestre são o ponto de partida da montagem, cuja concepção é assinada por Anselmo Zolla em parceria com William Pereira (e ainda dizem que brasileiro não gosta de poesia).
O espetáculo tem como premissa um “eu” que se desdobra em outros num conjunto em que os bailarinos são os heterônimos do poeta. E, juntos, constroem cenas nas quais a palavra poética se materializa nos gestos, nos corpos e nas coreografias, assinadas por Zolla com direção cênica de Pereira. A concepção cênica é acrescida ainda da iluminação de Caetano Vilela e da trilha escolhida pelo DJ e produtor musical Felipe Venancio.
A maioria dos escritos do poeta ficou guardada num baú, sendo publicada postumamente. A partir disso, a cenógrafa Renata Pati criou um espaço cênico composto por aparas de papel, fragmentos poéticos e por baús que guardam e revelam histórias humanas. Já os figurinos, assinados pelo premiado Fábio Namatame, colaboram com a movimentação cênica ao mesmo tempo em que ajudam a revelar a trama.
Criada em 2005, a Studio3 Cia. de Dança já representou o país em apresentações internacionais em cidades como Milão, na Itália; Paris e Lyon, na França; Regensburg, na Alemanha; Lisboa e Porto, em Portugal. Sua criação representa a consolidação de um trabalho artístico cuidadosamente preparado pelo seu coreógrafo e diretor artístico, Anselmo Zolla, sob a direção geral de Evelyn Baruque.
Crédito das fotos: Leandro Menezes