Tim Maia (1942-1998) fez jus ao samba “Chiclete com banana” e, sem esperar o Tio Sam pegar no tamborim, colocou, em fins dos anos 1960, bebop na música brasileira como um todo. E, com isso, abriu alas para, na década seguinte, o que ele chamaria de MPB (Música Preta Brasileira) ganhar o dial e os corações. Tim incorporou a Fera da canção de Chico Buarque e Edu Lobo, gravada magistralmente por ele nos anos 1980, e arrombou a janela com um vozeirão que fez dele um dos maiores cantores do país.
Pois a vida desse grande artista é contada agora numa minissérie e num documentário. E por dois caras que entendem do riscado: Nelson Motta, autor de “Vale tudo”, biografia do Síndico, e por Renato Terra, diretor da reveladora (e obrigatória) série sobre Nara Leão (1942-1989). Com produção da Globoplay (que exibe a série), o documentário “Vale tudo com Tim Maia” foi lançado na noite da última quinta-feira (13), no Cine Odeon, como parte da programação do Festival do Rio.
— Foi uma delícia o processo todo: a pesquisa, ver o material e dar ordem a ele, ouvir a voz e as piadas do Tim. E o resultado final ficou tão maravilhoso, que eu e o Renato dizemos que a gente teria pago para fazer esse trabalho – celebra Nelson Motta.
Quem também comemora o resultado é Carmelo Maia, filho do cantor, que destaca o caráter revelador do projeto:
— No documentário, você mergulha na intimidade do Sebastião; você vê mais o Sebastião do que o Tim Maia. É difícil saber onde começa e onde termina o Sebastião e o Tim Maia.
Crédito das imagens: Eny Miranda