Como reza o jargão no mundo do entretenimento, o show não pode parar. E o grupo Oficina Uzyna Uzona sabe bem disso. A companhia, fundada por José Celso Martinez Corrêa (1937-2023) como uma ramificação do Teatro Oficina, estreia seu novo espetáculo – o primeiro sem o olhar do grande diretor. “O jogo do poder” tem direção de Marcelo Drummond, viúvo do encenador, e estreia nesta quinta-feira (16), no Teatro Oficina, em São Paulo.
O texto foi traduzido e adaptado por Carlos Queiroz Telles (1936-1993) a partir de trechos extraídos de clássicos de Shakespeare. A encenação é conduzida por coringas (bobos da corte), comuns em muitas peças do bardo, e reúne, além deles, figuras de clássicos como “Rei Lear”, “Ricardo II”, “A tempestade” e ‘Hamlet”, entre outros.
– Originalmente este projeto não era do Oficina, pois o texto genuíno é para quatro atores. Mas acabou se tornando uma montagem do Oficina, numa montagem musicada – entrega o ator Fioravante Almeida, também produtor da montagem, festejando o novo formato: – Convidei o Marcelo Drummond para dirigi-la e agora temos 14 intérpretes no elenco e uma banda composta por seis músicos.
A montagem brasileira do texto estreou em 1974, dirigida por Gianni Ratto (1916-2005), tendo o elenco encabeçado por Sérgio Mamberti (1939-2021)e por Madalena Nicol (1919-1996). E volta aos palcos antecipando as celebrações pelo cinquentenário que completa no ano que vem. O caráter celebrativo estende-se também ao Oficina, que completa 65 anos de criação.
– No caso do Oficina é melhor fazer com muita gente, para preencher o teatro inteiro. Tem muita música, e as canções foram feitas especialmente para esta encenação, numa criação coletiva – arremata Drummond.
E Zé Celso entraria de cabeça nessa festa.
Crédito das imagens: Eny Miranda