Quando estreou profissionalmente em 2010, na montagem brasileira de “Hair”, a cargo de Claudio Botelho e Charles Möeller, Cássia Raquel ouviu que iria longe. Ela até imaginava que a previsão se concretizaria, mas não tão ao pé da letra. Vivendo no exterior há mais de um ano, ela conseguiu um feito e tanto: excursiona pelo mundo com o Cirque du Soleil. Raquel vive a Singer in Black, uma das protagonistas de “Alegria – In a new light”, que fará temporadas no Japão e na Coreia do Sul.
Criado em 1994 para celebrar os dez anos da companhia, “Alegria” passou por atualizações nesses 28 anos de existência. A mais evidente delas é o complemento ao título, “Sob nova luz”, que dá a entender que foi preciso se atualizar. A própria personagem de Cássia mudou. O nome original era “Black Singer” (Cantora Negra) e sua função era pautada pelo antagonismo à White Singer (Cantora Branca). As mudanças são celebradas pela artista:
– O mais legal é ver que a personagem está passando por transformações, tanto no nome quanto na estrutura. Antes eram apenas mulheres brancas com roupas pretas e se tratava de uma versão sombria da cantora de branco. Agora, esse panorama mudou, e o termo preto não é mais associado a algo ruim, o que é ótimo!
Durante o tempo em que trabalhou no Brasil, Cássia estrelou montagens de sucesso como as de “Les Misérables”, “O homem de La Mancha” e “60, década de arromba – doc musical”. A saudade do país natal é grande e ela tem planos de voltar. Não só para rever amigos e familiares, mas para realizar um sonho: abrir uma escola para revelar talentos.
– Quero unir música, dança e teatro em um só lugar, com um valor acessível às pessoas da periferia. Infelizmente, nosso circuito artístico ainda é elitista e excludente. Então, quero poder mudar esse patamar e não apenas abrir o espaço, mas ensinar também. Quero ser a professora que eu sempre quis ter na minha formação – anseia ela.
Que os anjos digam “amém”.
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