Irene Ravache é mais do que uma grande atriz. Ela é uma mulher devotada ao ofício de interpretar. E dá mais uma prova disso em “Alma despejada”, solo em que celebra os 80 anos que completa na próxima terça-feira (06). A artista traz agora o espetáculo ao Rio de Janeiro, sua cidade natal, onde estreou na noite da última sexta-feira (02), no Teatro dos 4.
– Poderia ter feito uma festa, mas preferi celebrar a data com quem me acompanha nesses 65 anos de carreira: o público – declarou a atriz ao fim da apresentação, arrancando da plateia o coro com o“Parabéns a você”.
A atriz lembrou de um aprendizado ouvido de Dulcina de Moraes (1908-1996), sob as bênçãos de quem iniciou na profissão: a de que o teatro é uma arte de equipe. Essa foi a deixa para chamar ao palco seu diretor Elias Andreato e a autora do texto, Andrea Bassit.
Irene pediu licença para entregar um dos dois buquês de flores recebidos a uma veterana do teatro presente na plateia, a atriz Maria Pompeu:
– A Maria Pompeu é certamente a colega que conheço há mais tempo na profissão. E nós temos de reverenciar aqueles que abrem caminho para a gente passar.
Outro nome que não passou despercebido foi o de Marieta Severo, sua colega de geração e também um dos grandes nomes do teatro brasileiro.
– Estou vendo vários colegas queridos. Tem um nome aqui que conheço há muitos anos e que não posso deixar de citar: o da Marieta – arrematou ela antes de deixar o palco, sob aplausos efusivos. E merecidos, diga-se.
Crédito das imagens: Leo Uliana