Um bolero é algo convidativo – tanto para dançar quanto para assistir. E quando executado por uma das mais respeitadas companhias de dança do país, este convite fica irrestivível. As apresenações de “Bolero”, espetáculo com o qual a Studio3 Cia de Dançafesteja seus 20 anos, atraíram ao MASP Auditório, no último fim de semana, um público dispostoa se deixar embalar (sonoramente e visualmente) pelo apuro da companhia.
E razões para celebrar não faltam. A montagem festeja também os 150 anos de nascimento de Maurice Ravel (1875-1937), compositor do famoso ‘Bolero’. O ano de 2025 marca ainda os 150 anos da morte de Georges Bizet (1838-1875), compositor da Ópera ‘Carmen’.
E a sofisticação fez-se presente no palco e na plateia, com Eduardo Suplicy, a novelista Maria Adelaide Amaral, o cineasta Bruno Barreto e o escritor e apresentador Gabriel Chalita, reunidos pelos empresários e promoters Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho.
Com direção artística e coreografia de Anselmo Zolla e concepção e direção cênica de Jorge Takla, a montagem alterna várias versões da obra de Ravel com alguns boleros clássicos,com direito ainda à “Seguidilla”,de “Carmen”.
– O espetáculo Bolero é inspirado na criação de Ravel e passeia pela música de Bizet e por várias outras obras ligadas a este estilo nascido em Cuba – celebra Takla.
E acombinação de influências e referências resulta num espetáculo pautado pelo rigor e pelo apuro técnico, celebrado por Zolla, sumidade na questão:
– Esta é uma montagem em que há conexão intensa entre os bailarinos, enfatizando a expressividade e a emoção. É uma dança altamente interpretativa, que combina os movimentos com a melodia e a emoção da música.
Crédito das imagens: Leandro Menezes (divulgação)