Baleia não é balela

junho 12, 2025

José de Abreu arrebata colegas de ofício com atuação que o coloca em definitivo no panteão dos grandes atores

Para um ator, um sinal de que ele acertou na construção da sua personagem é quando ele não é reconhecido. Partindo dessa premissa, José de Abreu acertou em cheio. Munido de uma máscara de cilicone e de um enchimento que o deixam mais robusto, digamos assim, ele está irreconhecível em “A baleia”, peça em que, como antecipado aqui, encara o desafio de viver o papel imortalizado no cinema por Brendan Fraser, tão camaleônico quanto nosso Zé.

Sim, se o ator está diferentão, seu talento está lá, inabalado, mostrando o quão surpreendente José de Abreu sabe (e pode) ser. E isso foi mais uma vez evidenciado, na noite da última quarta-feira (11), quando Zé e seus companheiros de cena (os ótimos Alice Borges, Luísa Thiré, Eduardo Speroni e Gabriela Freire), sob a direção do sempre competete Luiz Arthur Nunes, voltaram ao palco do Teatro Bloch, desta vez para sessão fechada para a classe artística.

E ela fez presente, com nomes de diferentes gerações. De um lado, Antonio Grassi e Sérgio Fonta botavam o assunto em dia. De outro,  Sergio Marone, numa outra rodinha de amigos. Sem falar nos Thiré, cuja grei perpetua nos palcos o legado dos inesquecíveis Tonia Carrero (1922-2018) e de seu filho, Cecil Thiré (1943-2020),pai da supracitada Luísa.

O teatro é agrgador e, volta e meia (quando se dá a conjunção de seus fatores essenciais), consegue cumprir uma de suas vocações: a de nos emocionar. E isso se dá com “A baleia”. E o público não pode perder essa experiência. É bom que ele não espere a maré virar. Pois, assim, é capaz de morrer na praia.

Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e Cristina Granato (imagens)

Sérgio Marone saúda José de Abreu, que merece todas as reverências
Power trio: Ciça Castello, Antonio Grassi e Alcione Mazzeo
Talentos: Letícia Isnard e Alice Borges
Talentos II: Carolyna Aguiar e Luisa Thiré
Parceria: Paulo Barros e Fabio Fonseca
Filhotão e mummy poderosa: Carlos e Norma Thiré
Filhotão e mummy poderosa II: Guilherme e Maria Siman

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