Ativismo artístico

fevereiro 8, 2024

Obras do coletivo norte-americano Gran Fury, referência na luta contra o HIV, serão vistas pela primeira vez no Brasil

O coletivo artístico Gran Fury fez História entre as décadas de 1980 e 1990 nos Estados Unidos por chamar atenção para o silêncio e a negligência do governo do país em relação a pessoas com HIV e Aids. Agora, pela primeira vez, o grupo terá suas obras expostas na América Latina. A exposição “Gran Fury: arte não é o bastante” poderá ser vista no Museu de Arte de São Paulo (MASP), a partir do dia 23 deste mês.

Sob a curadoria de André Mesquita, 77 gravuras estarão na mostra. Entre elas, o pôster “Kissing doesn’t kill (Beijar não mata)”, que trazia a imagem de três casais inter-raciais se beijando. Espalhada por diversas cidades dos EUA, a campanha subverteu as propagandas da marca Benetton e desafiou a interpretação equivocada de que o beijo poderia transmitir HIV. 

— O pôster não publicitário de “Kissing doesn’t kill” efetua o que, na década de 1990, popularizou-se como Culture Jamming (interferência cultural) por meio da subversão, manipulação ou rompimento simbólico das mensagens publicitárias na mídia e no espaço urbano — explica Mesquita.

O grupo norte-americano se autodescrevia como “um bando de indivíduos unidos na raiva  e comprometidos em explorar o poder da arte para acabar com a crise da Aids”. Apesar de não quererem assumir-se como artistas, as obras do Gran Fury fazem parte das coleções permanentes do MoMA, Whitney e New Museum, todos em Nova York. 

Crédito da imagem: Bruno Jakob

Os integrantes do Gran Fury John Lindell, Donald Moffett, Mark Simpson (1950-1966), Marlene McCarty e Loring McAlpin

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