O cantor Alexandre Gois era menino quando descobriu, na casa em que morava com seus pais, no Recife (PE), um certo LP. Na capa, uma “mulher brejeira e imensamente linda”. Sempre que voltava do colégio, passava a tarde ouvindo aquela voz – e aquele disco.
A cantora em questão é Fafá de Belém e o tal álbum,“Água”, o segundo da artista, lançado originalmente em 1977. Não foram só o canto e a beleza de Fafá que encantaram Alexandre. “Água” trazia“Foi assim”, bolero composto por Ruy Barata e Paulo André (dupla muito presente nos primeiros discos da artista).
— Esse bolero ficou tatuado na minha alma, juntamente com o canto forte daquela mulher linda. Ouvi “Foi assim” infinitas vezes, no rodopio do vinil que me deixava em transe – rememora o hoje cantor.
O que Alexandre sequer imaginava é que o seu destino e o daquela cantora se cruzariam mais de 30 anos depois. “Foi assim” é reavivada agora na sua voz e no violão de Joaquim Pessoa, seu parceiro musical. A dupla lança o single pela Biscoito Fino.
Mal a faixa chegou às plataformas, chamou a atenção de uma certa cantora – agora ostentando belos fios grisalhos. “Hoje recebi este presente! 2 jovens artistas”, declarou a técnica do “The Voice +” em uma de suas redes sociais.
— Sermos destinatários de um carinho desse tamanho, de um ídolo como a Fafá, é um bálsamo incrível. Uma alegria que vai nos acompanhar para sempre — declara Góis, sem disfarçar o entusiasmo.
Fafá não só deu sua bênção à dupla como fez, à maneira do escritor francês Marcel Proust (1871-1922), Alexandre voltar no tempo:
— Vi-me eu menino, de novo, no rodopiar do vinil em transe. E de novo com o coração aos pulos.
Sim, Fafá de Belém tem esse poder.
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