
São duas décadas de dedicação ao labor da dança. E a ocasião pede uma celebração. Natural que, em se tratando de uma das mais respeitadas companhias de dança do país, a festa se dê no palco. E com um novo espetáculo. A Studio3 Cia de Dança celebra seus 20 anos de existência com “Bolero”, espetáculo que apresenta, nesta sexta (21) e no sábado (22), na Estação CCR das Artes, no Complexo Cultural Júlio Prestes, em São Paulo.
“Bolero” tem direção artística e coreografias assinadas por Anselmo Zolla e concepção e direção cênica a cargo de Jorge Takla. O espetáculo celebra também dois grandes compositores dos séculos XIX e XX. São eles: Maurice Ravel (1875-1937), autor do célebre bolero que dá nome ao espetáculo, e Georges Bizet (1838-1875), notório autor de óperas como “Carmen”. Enquanto o primeiro completaria 150 anos, o segundo é reverenciado por ocasião de sua morte, que completa agora também 150 anos.
Em cena, 16 integrantes da companhia executam as coreografias ao som de diferentes versões do antológico bolero, além de temas relacionados ao gênero musical, oriundo da América Central. Bizet faz-se presente com a “Seguidilla”, tema ouvido no primeiro ato de “Carmen”.
– O espetáculo “Bolero” é inspirado na criação de Ravel e passeia pela música de Bizet e por várias outras obras ligadas a este estilo nascido em Cuba – explica Takla, que retoma com Zolla e com a companhia parceria artística que rendeu,em 2023, o elogiado “Paris”.
Todas as versões foram alinhavadas por Joaquim Tomé, diretor musical da encenação, cujos figurinos são assinados por Fábio Namatama. E a união entre tantos talentos resulta num espetáculo em que técnica e emoção misturam-se na medida certa, como destaca Zolla:
– Esta é uma montagem em que há conexão intensa entre os bailarinos, enfatizando a expressividade e a emoção. É uma dança altamente interpretativa, que combina os movimentos com a melodia e a emoção da música.
E não poderia ser diferente em se tratando de uma companhia cujo apuro técnico é notório. Ainda mais neste momento de celebração. Bravi!
Créditos das imagens: Leandro Menezes
