Festa para Villa-Lobos

março 10, 2023

Orquestra Petrobrás Sinfônica celebra aniversário do maestro com uma surpresa: o violoncelo usado pelo próprio músico, cedido pelo Museu Villa-Lobos

Na semana em que se celebra o 136º aniversário de nascimento de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), a Orquestra Petrobras Sinfônica apresenta uma de suas últimas obras, “Floresta do Amazonas”, criada em 1958, com uma emblemática surpresa não somente para o público, mas também para os músicos. Entre os inúmeros instrumentos da orquestra, destaca-se o violoncelo que pertenceu ao compositor, gentilmente cedido pelo diretor do Museu Villa-Lobos, Luiz Octávio de Castro, para a récita desta sexta-feira (10) na Sala Cecília Meireles, Rio.

O violoncelista Hugo Pilger, líder de naipe da orquestra e professor e pesquisador da obra de Villa-Lobos, terá a honra de tocar com o instrumento que foi utilizado pelo compositor.

– É uma emoção indescritível. Grande parte da obra de Villa-Lobos brotou desse violoncelo. Ele tem marcas em baixo relevo, números com a caligrafia do compositor, que indicam que, provavelmente, ele apoiava a partitura no instrumento para anotar dedilhados –  imagina o violoncelista.

A composição “Floresta do Amazonas”, que será executada sob a regência do maestro Roberto Tibiriçá, com participação da soprano Camila Titinger e do Coro Brasil Ensemble, dirigido por Maria José Chevitarese, talvez seja uma perfeita síntese da obra de Villa-Lobos, não somente pelo ponto de vista da técnica composicional, bem como pela justa tradução de elementos fundamentais de nossa cultura e de sons de nossa exuberante natureza.

– Em certos momentos, a obra nos remete ao ciclo das “Bachianas”. Em outros, ao bailado “Amazonas” ou ao ciclo de “Choros”. Fechando os olhos, os sons que permeiam a orquestra levam o ouvinte para dentro do ambiente quente da floresta. É como se os insetos estivessem voando; um pássaro canta aqui; um ganho quebra acolá e surge o barulho da água ali. E sem contar a parte do coro, que evoca uma música tribal e, ao mesmo tempo, contrasta com a soprano, com uma parte extremamente lírica. É uma obra muito rica, com sons que parecem surgir do acaso, mas que são todos extremamente organizados – completa Pilger.

Crédito de fotos: Túlio Lima

O luthier Túlio Lima com Hugo Pilger e o violoncelo

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