‘A TV ainda é a grande protagonista’

dezembro 6, 2024

Jayme Monjardim fala sobre planos com a Band e a HBO Max, prepara filme sobre santo carioca e incentiva a filha Maysa a seguir na música

Talento e dedicação são palavras que acompanham Jayme Monjardim Matarazzo. “Meu negócio é produzir e contar estórias”, reconhece ele ao NEW MAG. E assim ele faz desde que, recém-chegado da Itália, onde estudou cinema e  integrou a equipe de Michelangelo Antonioni (1912-2007), deus seus primeiros passos no audiovisual. Na volta, ajudou a fazer da televisão o que ele próprio define como “o principal veículo do Brasil”. E essa trajetória passa por emissoras como a Band (antiga TV Bndeirantes), Globo, a hoje extinta TV Manchete e de novo a Globo, aonde volta após dirigir “Pantanal”, cuja primeira versão é um divisor de águas na história da TV brasileira. E agora, aos 68 anos, o diretor pode voltar àquela emissora onde iniciou sua carreira. O namoro entre ele e a Band vai muito bem, obrigado. E, como naquela canção dos Doces Bárbaros, os planos são muito bons. “Estamos montando um fundo de investimentos”, antecipa ele sobre uma parceria que inclui ainda a HBO Max. Nesta entrevista, realizada de forma presencial no Rio de Janeiro, o filho da cantora Maysa (1936-1977) fala dos planos para o futuro, do incentivo à Maysa, sua filha adolescente, para ser cantora, elogia o remake de “Pantanal” e diz não sentir saudade do que fez. “Adoro novos desafios”, reconhece.

Tem planos de voltar a fazer cinema?

Volto! Estou agora na pré-produção do filme sobre o Guido (Schaffer), o Santo Surfista. O longa  é sobre o primeiro santo carioca e terá Suzana Castelo no elenco. E estou retomando também o projeto do “Maria Bonita”, que é do ano retrasado, mas que estava parado. Estão avançadas também as conversas para uma novela na Band, “Romaria”. Abri minha produtora e passei os últimos 40 dias reorganizando a vida. Agora é abrir o leque!

E o que você pode adiantar sobre a novela? O elenco já está definido?

Nada ainda. Será uma parceria entre a Band, a HBO Max e a minha produtora. Estamos ainda naquele processo de conversas, afinal uma novela requer uma estrutura gigante. Então, no momento atual, as conversas tratam de organizações, contratos, captação, entre outras discussões dentro do processo natural de organização de um projeto muito grande.

Já que você citou a HBO, o streaming te interessa então…

A todos nós. É muito importante você estar junto com o streaming hoje. Sou um cara que venho da TV aberta  e o streaming é hoje fundamental.  Quem não se interessar pelo streaming tem de fazer outra coisa na vida.

E, falando em TV aberta, o que achou do remake de Pantanal?

Achei ótimo. Claro que são momentos diferentes A primeira versão trazia toda uma novidade sobre uma região que, naquele momento, pouca gente conhecia. Já na segunda versão, mais pessoas tinham já uma noção do que era o Pantanal. Acho que o novo trabalho foi fantástico. Todos os dois Pantanais têm seus devidos créditos e suas magias.

Você tem uma filha que está enveredando pela música e que saiu à avó. Como você vê isso?

Ah, neto de peixe, peixe é… Não tem como a Maysa – e ainda caí na loucura de colocar o nome dela de Maysa Matarazzo, como a avó – não seguir pela música. Ela é muito talentosa. É impressionante mesmo!

Os estilos musicais hoje são outros. Você pretende apoiá-la em relação ao que ela venha a abraçar?

Ela tem 14 anos e acho que o momento  é de deixá-la se soltar e apoiá-la. Quero investir muito nela. Numa conversa recente, disse que se ela quiser estudar música em Nova York ou em Los Angeles, ela pode contar comigo.

Pensa em realizar algum projeto voltado à música como foi a minissérie sobre sua mãe?

Estamos montando um fundo de investimentos não somente para cinema como para TV e isso inclui séries. Ainda é cedo para te dizer quantos dentre esses projetos serão musicais, mas que teremos, teremos. Eu amaria fazer algo sobre o Roberto Carlos. Tem um sobre a Norma Bengell que é maravilhoso… São muitas as possibilidades, e o momento agora é o de avaliar tudo direitinho.

Alguma saudade das emissoras pelas quais passou?

Não… Estou feliz indo para onde vou. Meu negócio é produzir e contar estórias, aqui, acolá, tudo certo! Sempre fiz o que amo e sei que tenho a minha história. Estou muito tranquilo em relação ao futuro. Eu não sofro, pelo contrário: adoro novos desafios.

E qual o futuro da televisão?

A televisão é o principal veículo do Brasil e ainda se mantém assim. A TV aberta ainda é importantíssima para o nosso país. O que certamente vai acontecer será uma diluição, quando todos poderão ter o seu espaço. Mas a televisão ainda é a para mim a grande protagonista para a diversão e para o entretenimento do Brasil.

Crédito da imagem: Vinicius Mochizuki

 

 

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