Em 1962, um show realizado no Carnegie Hall, em Nova York, lançou nos EUA alguns dos principais expoentes da bossa nova. “A grande noite” reuniu nomes como Tom Jobim (1927-1994), João Gilberto (1931-2019), Roberto Menescal e Sergio Mendes, entre outros. A mesma casa de shows recebeu, na noite do último domingo (08), artistas brasileiros de diferentes gerações para celebrar os 60 anos da histórica apresentação.
Seu Jorge e o pianista Daniel Jobim, neto de Tom, foram os anfitriões da noite, que contou com as participações de Carlinhos Brown, Carol Biazin, Celeste e Menescal – único remanescente da histórica noite. A apresentação marcou também uma reparação histórica: impedida de participar do show em 1962, Alaíde Costa pisou, enfim – e pela primeira vez – o palco do Carnegie Hall – onde já se apresentaram grandes nomes femininos da música como Nina Simone (1933-2003) e Sarah Vaughan (1924-1990).
Alaíde foi merecidamente a mais aplaudida pelas 2.800 pessoas que lotaram o Stern Auditorium. A artista retribuiu do alto dos seus 87 anos à calorosa recepção interpretando dois clássicos do gênero: “Sabe você” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes) e “Demais” (Tom Jobim).
Menescal era, além de Alaíde, um dos mais emocionados, por voltar à casa seis décadas depois. E acompanhou muitos dos participantes com seu violão único. Apresentada no show original, “O barquinho”, sua parceria com Ronaldo Bôscoli (1928-1994), voltou a singrar aquelas águas, sendo cantada em coro pela plateia.
– Foi tão bom que já estou animado para o show dos próximos 60 anos – declarou o grande compositor.com o bom humor que é uma de suas marcas.
Sim, a bossa mostra que é possível renovar-se para continuar nova (e inteiraça) aos 65 anos.
Crédito das imagens: Leandro Justen