Em 2018, Narjara Turetta perdeu literalmente o prumo. A atriz entrou em depressão devido ao luto pela perda da mãe, Maria Antônia, vítima de uma insuficiência renal grave. A dor levou a atriz a querer tirar a própria vida. Amigos como Glória Pires e Vinicius Bertoli foram os esteios para Narjara superar o sofrimento e recobrar a alegria de viver, uma de suas marcas desde que despontou na TV nos anos 1970.
O episódio é relatado com coragem e sem autopiedade pela atriz em “A reinvenção – Altos e baixos da minha vida” (Rubi Editorial), autobiografia que ela lança no dia 10 de dezembro na Blooks de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
– Os amigos e a arte curaram o meu luto. Logo após esse episódio, viajei para os Estados Unidos para encontrar meus primos, que não os via há muitos anos, e essa viagem me foi dada pela Glória Pires como um presente de aniversário – relata Narjara com exclusividade ao NEW MAG.
Glória, com quem Narjara já trabalhou também como coach, está presente no livro, claro. A obra traz depoimentos de colegas cruciais na vida de Narjara, cuja trajetória na TV soma pouco mais de cinco décadas. Além de Glória, nomes como Beth Goulart, Denise Saraceni e Regina Duarte falam dela no livro.
Já o prefácio é assinado simplesmente por Daniel Filho. E a escolha não poderia ser mais apropriada. Ele foi o diretor da revolucionária “Malu Mulher”, série na qual Narjara viveu a filha da personagem-título, interpretada com maestria por Regina Duarte.
Ter atuado em “Malu Mulher” ajudou a forjar a atriz que aquela doce menina, então com 12 anos, se tornaria. Atriz que brilharia ainda em produções da própria Globo, como na novela “O salvador da Pátria”, e de outras emissoras como a Record, onde estreou como caloura aos 4 anos.
A volta àquela emissora foi outro fator importante para superar a perda da mãe, como Narjara relembra:
– Depois de visitar minha família nos Estados Unidos, logo que voltei ao Brasil, fui convidada para atuar em “Jezabel”, novela da Record. Voltar a atuar me deu forças para pensar na minha mãe de um modo especial, não mais com tristeza. Pensei muito no quão feliz ela estaria por me ver desempenhando um bom papel, como foi o da Dalila, mãe do profeta Elizeu.
E, fazendo um contraponto com “Feminina”, canção de Joyce Moreno que foi tema da personagem de Narjara em “Malu Mulher”, ser atriz está no cabelo, no dengo e (principalmente) no olhar. E está também em ser “por todo o lugar”…
Lugar que é de Narjara e que ninguém lhe tira.
Crédito da imagem: Dani Destri