Após quatro meses fechado, o Museu da Diversidade Sexual reabriu às portas na sexta do dia 02 de setembro para receber a exposição “Duo Drag” do fotógrafo Paulo Vitale. A paralisação aconteceu por uma ação judicial feita pelo deputado Gil Diniz do PL, que questionava as contas da organização social Instituto Odeon, responsável pela gestão. Localizado dentro da estação do metrô da República, em São Paulo, o museu propõe diálogos por meio da arte e da cultura voltados para acolher a comunidade LGBTQIA+.
– Nós nos sentimos violentados, ninguém esperava por isso. As pessoas sempre tem dúvidas sobre o que fizemos neste tempo em que o museu esteve fechado. Nós trabalhamos ainda mais para comprovar e eliminar essas acusações. O problema nunca foi o Instituto Odeon, a questão é que essas pautas conservadoras querem acabar com esses espaços de existência. Nesse momento, nós enchemos o peito de orgulho e estamos esperançosos para trabalhar ainda mais e tratar todas essas existências, com as nossas lutas diárias estamos cada vez mais evoluindo – afirma a diretora do Museu da Diversidade Sexual Marisa Bueno ao New Mag.
A abertura do museu inaugura a mostra “Duo Drag”, do fotógrafo Paulo Vitale. A exposição reúne fotografias de 50 Drag Queens que são referência da cena paulistana desde 1980. – A mostra apresenta as artistas montadas e desmontadas. Se eu trouxesse somente as imagens delas com as roupas e maquiagens, as pessoas não teriam o interesse de saber que as artistas por trás dessas fotos tem um nome e um sobrenome. Então, eu me preocupei em trazer esses dois lados para contar essas histórias – explica Paulo Vitale.
A sede localizada no metrô da República foi ampliada e também terá mais um espaço na Avenida Paulista. – Estamos muito felizes com esse espaço novo, ainda mais porque é o lugar onde acontece a maior parada do orgulho LGBT do mundo. Queremos fazer uma reserva técnica, uma área de acervo, uma biblioteca e um espaço educativo. Vai ser um lugar de uso mais formativo com um centro de referência e um centro de empreendedorismo, para que por meio da cultura, a gente consiga abrir as portas do mercado para as pessoas da comunidade LGBTQIA+, finaliza Marisa.
Crédito das fotos: Paulo Vitale