De rasgar o coração. Não se trata de uma frase de efeito, mas do que resulta do encontro entre uma das mais importantes companhias de dança do país e uma das mais respeitadas orquestras brasileiras. A primeira é a Studio3 Cia de Dança e a segunda, a Fundação Osesp. Ambas se encontram em “Rasga o coração”, espetáculo que terá apresentações neste fim de semana (10 e 11 de setembro), com entrada franca na Sala São Paulo e em dois horários: às 16h30m (sábado) e às 11h (domingo).
O espetáculo, com direção coreográfica de Anselmo Zolla e direção cênica de William Pereira, enaltece a alma brasileira através de temas de quatro gênios da música clássica: os brasileiros Francisco Mignone (1897-1986), Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e Dimitri Servo e o austríaco Schubert (1797-1828), em arranjo coral do próprio Villa.
O palco é aberto, claro e luminoso. Nele, doze mesas são usadas também como palcos e, em momentos outros, como platôs e molduras no desenho coreográfico, realçado pela iluminação de Caetano Vilella. Os bailarinos dividem a cena com 52 instrumentistas e 32 cantores, sob a direção de Wagner Polistchuk.
E o repertório reúne algumas das mais belas peças dos compositores supracitados. Entre elas, o “Trenzinho do caipira” — das Bachianas Brasileiras nº 2 — e a própria “Rasga o coração” (que dá título ao espetáculo), ambas de Villa.
Difícil falar do coração, esse músculo involuntário como as emoções que ele segreda. Talvez seja mais prudente falar da alma. E é possível arriscar um palpite: quem presenciar esse encontro, sairá da Sala São Paulo com a alma lavada. Que assim seja.