A possível extinção da Condecine, sugerida, na última quarta-feira (31), pelo presidente Jair Bolsonaro na Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2023, mobiliza a classe artística a tomar posição contrária à medida, que acarretaria na perda aproximada de US$ 1,2 bilhão em arrecadação. O ator Otávio Augusto, cuja trajetória artística está muito ligada ao cinema brasileiro, defendeu a indústria cinematográfica, na tarde desta terça-feira (06), em conversa com NEW MAG sobre sua volta à telona na comédia “Minha família perfeita”.
Ao comparar a comédia ao drama, o veterano ator destacou a importância de comediantes como Oscarito (1906-1970) e Grande Otelo (1915-1993), precursores do gênero no país, para salientar a importância da indústria no Brasil de hoje:
– Acho que fazer comédia é muito mais difícil do que drama, porque já se espera que o drama gere uma comoção no público e com a comédia não é assim. Ainda bem que, no cinema, temos um Oscarito, um Grande Otelo, que nos mostraram que é possível fazer comédia e nos deixaram essa herança. Agora, o que esse governo faz é destruir o cinema. Não investem e não querem deixar a gente fazer. É uma indústria que, assim como nos Estados Unidos, dá muito dinheiro, mas eles não ligam e aí fica difícil.
Caso aprovada, a extinção da Condecine vai acarretar no fim do principal tributo para o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), responsável pelo fomento da indústria do nosso cinema. O documento precisará ainda ser aprovado pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso para voltar, em seguida, à sanção presidencial.
Com a colaboração de Camila Porto