Itala Nandi tem com o cinema uma relação tão profícua quanto tem com nosso teatro. Em reconhecimento a essa dedicação, a querida atriz foi homenageada, na última quinta-feira (18), no Festival de Gramado. Ela recebeu o Prêmio Leonardo Machado, dado às personalidades brasileiras que ganharam o mundo.
No seu discurso de agradecimento, Itala lembrou da gênese do festival, iniciada em idos dos anos 1960 até sua realização em 1972, ano da sua primeira edição, e na qual a atriz compareceu:
– Esse festival fez de mim uma legalista. Eu consegui sair lá de Caxias do Sul e voar para o mundo. Eu penso que isso pode ser muito estimulante às novas gerações, que pensam assim: “Ah, eu tenho talento, mas nasci no fim do mundo”. Não tem importância. É preciso sonhar, querer e acontecer, pois provavelmente vai dar certo.
Sim, Itala ganhou de fato o mundo através dos filmes nos quais atuou. “Pindorama”, de Arnaldo Jabor (1940-2022), foi exibido no Festival de Cannes em 1972. Já “Os deuses e os mortos” (1970), de Ruy Guerra, foi indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim. Seu filme mais recente, “Domingo” (2018), de Clara Linhart e Fellipe Barbosa, passou nos festivais de Veneza e no de Havana.