Samba de primeira

agosto 10, 2022

Patrícia Mellodi apresenta, no Rio, show no qual usa do samba para gritar contra o feminicídio e o etarismo

“O bom samba é uma forma de oração”. É dessa maneira que a cantora Patrícia Mellodi quer usar a voz e mostrar ao público o mais novo trabalho, “Samba Mellodi”, que reúne repertório repleto de brasilidade, criado antes e, sobretudo, durante a pandemia. A apresentação acontece nesta sexta (12), na  Sala Municipal Baden Powell, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, e traz a participação de Ana Costa, sua parceira em duas das canções.

Com 22 anos de carreira, a apresentação reflete seu amadurecimento como artista. Em um meio ainda tão masculinizado, Patrícia traz um samba que fala de mulher para outras mulheres. Acompanhada por três músicos, o repertório mescla marcha, bossa, partido alto e trovadorismo sertanejo. O show é aberto com o poema “Samba sem canção”, escrito pela filha, a poeta e escritora Clara Mello, que trata da maneira de se fazer um samba em solidão.

Apesar de boa parte das composições terem sido feitas de forma solitária, Mellodi convida ao palco a cantora Ana Costa. Juntas, fizeram “Apesar disso tudo” e “Qualquer uma”, que tratam do feminicídio.

– No samba há as dores, as lutas, mas também há o amor, a alegria, o tempo. No samba, tempo é privilégio, tem essa coisa da ancestralidade, que, para mim, é muito bonita – explica a artista, destacando o uso combativo que faz do gênero: – O Brasil é um lugar onde é proibido envelhecer, acho uma forma muito ultrapassada de pensar. Eu pego essa coisa bonita do samba e transformo o tempo em meu aliado.

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