O designer Zanini de Zanine coleciona, aos 44 anos, prêmios – vários deles internacionais – de causar inveja a muito veterano por aí. Ele também é a prova de que quem sai aos seus não degenera. Filho de José Zanine Caldas (1919-2001), gênio da nossa arquitetura, Zanini seguiu os passos do pai e é hoje não somente um dos melhores designers da sua geração como é um dos mais respeitados do país – e do mundo. Um exemplo está no fato de ele já ter sido escolhido pela revista inglesa Wallpaper um dos 100 principais profissionais mundiais do design.
Pois esse grande profissional volta a expor no Rio suas mais novas criações. No caso, são quatro cadeiras de inspiração africana que ganharam, duas delas, nomes de nações (Benim e Togo) e as outras, os nomes de Xangô e Oxossi, orixás da Justiça e das Matas, respectivamente. As peças estarão expostas a partir de sexta-feira (29), na Gozto, a galeria voltada exclusivamente para o design, aberta por Sergio Zobaran no Largo do Boticário, Cosme Velho, Zona Sul do Rio de Janeiro, justo onde funcionou o ateliê do grande pintor e fotógrafo Augusto Rodrigues (1913-1993). As visitas acontecem com hora marcada.
As cadeiras são de madeira maciça e seguem os protocolos estabelecidos pela Legislação Ambiental. A matéria-prima utilizada nas peças é oriunda da Cooperativa Mista da Flona do Tapajós – Coomflona do Tapajós, em Santarém, Pará, região Norte do país. Naquela cooperativa, a madeira é extraída de forma sustentável, seguindo regras de proteção estabelecidas e fiscalizadas pelo Ibama.
E o resultado vai além do mero mobiliário ou do utilitário doméstico. São quatro esculturas em que misturam-se traços étnicos às linhas arrojadas e modernas. E não seria diferente em se tratando de Zanini de Zanine. Afinal, como reza o ditado, quem sai aos seus não degenera.