Ao longo de 57 anos dedicados a produzir canções, Caetano Veloso criou mais de 300 letras para suas melodias e a de parceiros. Esse legado estará, enfim, reunido em livro que marca os 80 anos deste que é um dos grandes nomes da nossa música. Organizado pelo poeta Eucanaã Ferraz, “Letras” (Companhia das Letras) chega às livrarias no dia 29 de julho, poucos dias antes do aniversário do artista, nascido em 07 de agosto.
A obra inventaria o legado poético do artista, numa ordem inversamente cronológica. O começo é por seu trabalho mais recente, o álbum “Meu coco” (2021), e culmina na sua estreia como compositor, em 1965, quando teve três de suas canções gravadas no primeiro LP de Maria Bethânia.
– Meu intuito não foi senão o de registrar impressões nascidas no encontro com palavras que, assentadas na matéria silenciosa do papel, reconduzem insistentemente à música, ao corpo inteiro das canções, e fazem precipitar inúmeras contingências pessoais, reminiscências, ânimos, dispositivos da subjetividade que assomam quando entramos em contato com textos poderosíssimos – destaca Eucanaã, organizador da reunião.
Sim, textos poderosíssimos. E não seria diferente em se tratando de Caetano Veloso.