O pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho é o nosso mais novo imortal. Jurista, escritor e considerado um dos maiores especialistas na obra do poeta português Fernando Pessoa (o que lhe rendeu o Prêmio Jabuti com a obra “Fernando Pessoa: uma quase autobiografia”, de 2011), ele tomou posse na noite da última sexta-feira (10) na Academia Brasileira de Letras (ABL) defendendo a educação popular e uma maior atualidade nos objetivos da instituição, definidos por Machado de Assis há 125 anos.
Cavalcanti Filho ocupa a cadeira 39, que pertenceu a nomes como o político, advogado e professor Marco Maciel, Roberto Marinho e Otto Lara Resende. Ele também ocupa a cadeira 27 da Academia Pernambucana de Letras.
– Está nos artigos primeiros do estatuto, que é a defesa da língua e da cultura. Eu penso que a gente tem que retraduzir esses conceitos para dar-lhes maior atualidade. A defesa da língua é mais que a defesa de alguns símbolos – defendeu o imortal, completando em seguida: – Eu penso que não há nada mais urgente e revolucionário do que a educação popular. Criar cidadãos. E cultura significa reconhecer a identidade nacional que está faltando.
O escritor também defendeu, em seu discurso de posse, que a cultura seja encarada com uma visão mais ampla do que a que tem sido usada.
– Compreender que nós somos diferentes e ir além, compreender que essas diferenças nos inquietam e que seremos ainda mais ricos se formos capazes de prestigiar essas diferenças, é compreender um povo, quem somos como brasileiros, e valorizar a nacionalidade – disse.
Crédito das imagens: ABL/Dani Paiva