Quem foi jovem e viveu (ou esteve) no Rio de Janeiro no início dos anos 1970 teve oportunidade de frequentar um trecho da Praia de Ipanema conhecido como Dunas da Gal. A faixa de areia, entre a Farme de Amoedo e a antiga Rua Montenegro (hoje Vinicius de Moraes), abrigou um píer durante o tempo necessário para a colocação do emissário submarino de esgoto. As dunas provocadas pelas obras possibilitaram a artistas como a cantora baiana desfrutar da praia com alguma privacidade. O local virou point de uma turma jovem. Um dos frequentadores era um rapaz chamado José Simão, que, algumas décadas mais tarde, viria a se tornar um dos jornalistas mais queridos (e divertidos) do país: Zé Simão.
O que ele viveu nas tais Dunas do Barato, como também ficariam conhecidas, é (“buemba, buemba!”) revelado pelo jornalista em “Definitivamente, Simão”, livro de memórias no qual ele rememora passagens da própria vida e, por tabela, comenta fatos marcantes do próprio país. A obra chega às livrarias no dia 28 deste mês pela Objetiva.
Simão – que há anos alegra as manhãs com seus comentários na Band News FM e com suas crônicas na Folha de São Paulo – toca em assuntos que lhe são caros como a convivência profissional com o jornalista Ricardo Boechat (1952-2019), com quem comentava os fatos do dia na rádio, e da descoberta da própria sexualidade. Há também assuntos mais leves como as novelas a que assiste e o porquê de gostar (ou não) delas e as viagens a países como China, Cuba e Portugal.
Sim, tudo interessa a esse jornalista e nada passa despercebido. Assim é Zé Simão. Ou, definitivamente, Simão.
