Eduardo Kobra está certamente entre os artistas visuais brasileiros mais conhecidos internacionalmente. O paulista já coloriu diversas cidades ao redor do mundo com seus enormes murais. Em Nova York, por exemplo, ele tem um mural na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). Já pintou também o rosto de Anne Frank (1929 – 1945) em Amsterdã e uma obra com elementos históricos em San Marino, na Itália. Agora ele prepara um trabalho que promete marcar a sua carreira. O mural se chamará “Ciclos” e está sendo produzido em um conhecido prédio de Curitiba. Com 5 mil m², ele será o segundo maior do artista.
— É a primeira vez que pinto uma obra que abarca simultaneamente dez silos (reservatórios cilíndricos para produtos agrícolas). Tanto as dimensões como o formato são um desafio que tornam este trabalho ainda mais interessante para mim — destaca Kobra.
O prédio em questão é o que abriga a fábrica de farinha Moinho Anaconda. O local inspirou também o desenho que será produzido. “Ciclos” mostrará o processo de produção do pão em três parte. Na primeira, ele retratará a colheita do trigo. Já na segunda, a massa do pão preparada. Por fim, o público verá o alimento assado. Tudo no seu estilo marcante, em que mistura formas geométricas coloridas com desenhos em branco e preto.
— Quero valorizar o trabalhador, aquele que cultiva a matéria-prima, que trabalha na fábrica e faz o pão. Devemos nos lembrar de todo o simbolismo do pão para a humanidade. É praticamente sinônimo de alimento e, como vemos na Bíblia, está ligado às ideias de partilha, de comunidade, de fraternidade — conclui ele.
Se este será o seu segundo maior mural, o primeiro já fez história. Também falando sobre alimentos, uma obra de 5.742 m² foi feita em uma fábrica de chocolates às margens da Rodovia Castelo Branco, na Região Metropolitana de São Paulo, e retrata a colheita do cacau na Amazônia. Esta obra entrou para o Guinness como o maior mural do mundo em 2017, quando ele bateu o seu próprio recorde, que era a obra “Etnias”, no Boulevard Olímpico do Rio de Janeiro, com 2.550 m².
Crédito das imagens: Ricardo Cyrillo e Reprodução (Instagram)