Muito antes de a Axé Music se firmar como gênero símbolo do Carnaval da Bahia, Riachão (1921 – 2020) já era cantor e compositor reconhecido no samba baiano. Ao longo da carreira, teve sambas gravados por grandes nomes. Dois exemplos são “Cada macaco no seu galho”, gravado por Caetano Veloso e Gilberto Gil em 1972 (e regravado em “Tropicália II”), e,anos depois, “Vá morar com o Diabo” foi eternizada por Cássia Eller (1962 – 2001).
Esse baluarte do samba brasileiro é reverenciado cinco anos após sua morte com um álbum póstumo que contou com grandes nomes. ““Onde eu cheguei, está chegado” traz as participações de Martinho da Vila, Criolo, Teresa Cristina, Pedro Mirand e Roberto Mendes, compositor muito presente no repertório de Maria Bethânia. O álbum será lançado no dia 24 de janeiro pela Natura Musical.
Riachão, que morreu aos 98 anos, havia gravado apenas algumas vozes. E,por isso, teve modificado seu título, originalmente pensado como “Se Deus quiser eu chegarei aos 100”. O projeto conta ainda com Josyara, Enio Bernardes, Juliana Ribeiro, Fred Dantas, Nega Duda e Clarindo Silva. Neto de Riachão, Taian também participa do álbum.
— Riachão estará presente no disco, mesmo após a sua partida. A gente queria o Malandro cantando, e felizmente conseguimos a voz imortal de Riachão, que é sempre o seu melhor intérprete. É neste contexto que unir artistas que valorizassem devidamente o repertório foi primordial. Ele volta grandioso, cantado e tocado por quem reverencia e fará ecoar o seu legado — destaca Paulinho Timor, produtor musical do disco.
Crédito da imagem: Antonio Brasiliano