Para Chico Buarque, ele é a essência, o traço. E, “de tão simples, chega a ser inimitável”. Chico refere-se àquele que é o oluô na música para ele e para outros grandes da sua geração. O “sacerdote” em questão é Dorival Caymmi (1914-2008), personagem central de “Nas ondas de Dorival Caymmi”. O documentário chega finalmente às salas de cinema na quinta-feira (28), depois de ser aplaudido em dez festivais., um deles o Festival do Rio, em 2023.
O longa, dirigido por Locca Faria, traça um retrato do grande compositor a partir de depoimentos de seus filhos – os extraordinários Nana, Dori e Danilo Caymmi – e de outros grandes nomes influenciados por ele como Maria Bethânia, João Bosco, Gilberto Gil, e Paulo César Pinheiro.
Produzido por Hélio Pitanga, da Bossa Produções, a obra aborda também a influência de Dorival sobre gêneros musicais como a própria bossa nova, que não teria surgido não fosse um certo samba criado pelo baiano…
– João Gilberto me disse que “Rosa Morena” lhe trouxe a batida da bossa nova – comenta Caetano Veloso no seu depoimento.
O filme traz também revelações de foro íntimo, como os ciúmes que Dona Stella Maris, mulher do compositor, tinha de Carmen Miranda (1909-1955). A revelação é feita por Nana Caymmi como antecipado aqui.
O documentário chega num momento em que outras produções estão reconectando os brasileiros a personagens de sua História. E diga à Maricotinha que eu vou (ao cinema). Mesmo se, por exemplo, chover.
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