Após ser aclamado no Festival de Veneza, “Apocalipse nos Trópicos”, novo longa de Petra Costa, estreou no Brasil, em noite agitada no Festival do Rio. O filme, que investiga a crescente influência exercida por líderes religiosos na política do país, entrelaça passado e presente, mergulhando nas contradições de uma jovem democracia e, ao fazê-lo, oferece um reflexo para o resto do mundo.
O filme é sucessor do celebrado “Democracia em Vertigem”, indicado ao Oscar 2019.
– Se em “Democracia em Vertigem” fui confrontada com o fato de que a democracia pode rapidamente desmoronar, em “Apocalipse” chego a uma conclusão ainda mais perturbadora. Cresci acreditando que o secularismo era uma tendência irreversível e que a sepração entre igreja e Estado era um dado. Este filme me mostrou o quanto eu estava enganada: uma parte crescente da população brasileira está se alinhando com igrejas evangélicas fundamentalistas que buscam dominar a política – analisa Petra, que assina o roteiro com Alessandra Orofino, Nels Bargenther e David Barker.
Crédito das imagens: Cristina Granato