Muito conhecida por fazer auto-retratos que falam da relação direta com o espaço onde estão, Celina Portella acaba propondo uma contundente subversão dos suportes e interfaces do que chamamos de arte. Vivendo em São Paulo, a carioca lançou na última quinta-feira sua nova mostra de fotografias intitulada “Imprevisto”, na Galeria da Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde expõe 20 trabalhos até novembro.
Durante o evento, Celina recebeu amigos com curadoria da própria artista e de Ana Stewart, fotógrafa e diretora do espaço. A mostra é uma oportunidade de conhecer a produção mais recente de Celina, “Corte e fogo”, duas séries inéditas apresentadas pela primeira vez no Rio. Além das fotos, a exposição conta com dois vídeos: “Fogo fátuo” e “Brechas”, nos quais Celina trabalha com sobreposição de imagens.
A artista estava radiante ao receber Carol Jabor, Ernesto Neto, Nani Rubim, Perfeito Fortuna, Marcos Prado, entre outros nomes. Destaque para o pequeno Otto Portella, encantado com as projeções da mãe.
— Meu trabalho fala sobre corpo e movimento na imagem, e do questionamento da percepção. Quando eu fazia projeção e filmagem percebi que ficavam várias camadas e, quando corto a imagem no papel também acontecem várias camadas, mas de um modo diferente, uma sobreposição de tempos. Primeiro, há o gesto que fiz para realizar a fotografia, depois há a impressão da fotografia, em seguida o corte da fotografia— explica a artista.