Quando se quer elogiar uma nova apresentadora de TV, é comum atribuir-lhe o adjetivo de autêntica para mascarar sua evidente falta de traquejo. Pois uma apresentadora foi de fato autêntica anos antes de o adjetivo acabar esvaziado, como está hoje. Estamos falando de Fernanda Young (1970-2019), roteirista e escritora que dizia o que pensava e não tinha papas na língua. A partir do “Saia Justa”, ela trilhou um caminho próprio e, OK, autêntico, na TV até sua morte aos 49 anos.
Morte em termos, pois ela está viva. E terá seu legado celebrado por um filme e por um livro. O documentário “Fernanda Young – Foge-me do controle”, de Susanna Lira, será lançado nesta sexta (30), no NET Gávea. A exibição será precedida por um bate-papo com a atriz e escritora Maria Ribeiro, que participa do filme lendo poemas da homenageada; Clara Eyer, assistente de direção, e a agente Eugênia Ribas-Vieira, além da própria Susanna, é claro.
É de Ribas-Vieira a introdução de “Chatices do amor” (Record), que marca os cinco anos da morte da apresentadora e que será lançado na ocasião. A edição reúne trechos de dois romances deixados inacabados em que a escritora alia relatos ficcionais e autobiográficos.
“Fernanda Young era a artista do tempo, das dimensões não vistas, não habitadas, dos segundos e de suas multiplicidades. O tempo dela era quando tudo tinha que valer a pena”, constata a agente literária na introdução.
E assim era – e é – Fernanda Young. Recuse imitações.