Conhecido por suas dublagens bem humoradas nas redes sociais, Jefferson Schroeder vai encarar novo desafio nos palcos. O ator estará no elenco da peça “O poeta aviador”, cuja estreia acontece nesta quinta-feira (27) no Sesc Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Escrita por Renata Mizrahi, que também dirige o espetáculo ao lado de Priscila Vidca, a montagem traz em sua narrativa a estória de Lucas, interpretado por Hugo Germano. O menino está internado no hospital em meio a uma crise no casamento de seus pais, vividos pelos atores Vilma Melo e José Karini. Em meio a isso tudo, entra Rafael, personagem de Jefferson.
— Meu personagem é um voluntário que trabalha no hospital. Ele acaba desenvolvendo uma amizade grande com o Lucas — conta Jefferson ao NEW MAG, que também fala do desafio de lidar com as emoções do personagem: — Tem momentos em que o Hugo interpreta o personagem de uma forma vulnerável, em que ele está triste. Fico administrando esses sentimentos dentro de mim, sem que possa me fragilizar, e isso virar um peso para mim. Afinal, preciso trazer alegria e força de cura aos pacientes.
O ator se preparou para o papel inspirado em personagens reais e na relação com as crianças de sua família:
— Tenho uma relação muito rápida com crianças. Crio amizade rápido, sempre fui amigo das crianças da família, sou muito amigo dos meus sobrinhos. É onde parto para que eu tenha essa relação linear com o personagem, que tem 11 anos, apesar de o Hugo ter 34. Essa é a parte que mais parece comigo.
Jefferson se preparou para o papel enquanto escrevia seu novo livro de ficção, cujo título provisório é “Estação dos sonhos”.
— Estava revisando o livro de madrugada e acordei para o ensaio. Estou numa batida para entregar a obra às editoras — comenta.
Como supracitado, o ator é conhecido como um homem de mil vozes. Suas dublagens costumam viralizar nas redes sociais, a ponto de ele ser requisitado pelo mercado publicitário por sua versatilidade.
— Isso ainda me pega de surpresa porque não imaginei que a minha carreira fosse brilhar e ser uma referência nesse lugar. Sempre fiz as vozes espontaneamente, de brincadeira, e me sinto muito honrado com os trabalhos aos quais me convidam porque as pessoas pensam que vou saber fazer isso, ou me transformar em vários personagens. Às vezes, me chamam para fazer publicidade como pai, mãe, avó, sobrinha. É muito legal.
Multifacetado, o ator afirma que humoristas que marcaram época são uma inspiração para ele:
— Tem essa afinidade natural, são pessoas que podemos colocar na mesma caixinha. Me lembro de parar para ver o Paulo Gustavo, o Jô Soares, o Chico Anysio, o Tom Cavalcante. É bonito ver as nuances, como é que se cria e se distingue um personagem do outro, se às vezes é a voz ou é um trejeito, uma palavra que se repete.
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