Muito além do fim

junho 9, 2024

Lô Borges cai na estrada para celebrar 50 anos de carreira e retoma parceria com Marcio Borges após dez anos

O semblante é ainda o de menino (sorte a dele), mas a importância na música é imensa. Lô Borges tinha apenas 20 anos quando, em 1972, dividiu com Milton Nascimento a autoria de de “Clube da esquina”, álbum que se tronaria histórico – e fundamental na formação de artistas surgidos nas décadas seguintes, aqui e no exterior. Naquele mesmo ano, o cantor e compositor mineiro estreava no mercado fonográfico com o álbum que ficaria conhecido como o “disco do tênis” em razão da foto de capa (do genial e saudoso Cafi). O LP em questão também trouxe à baila temas que se tornariam clássicos.

Como reza aquele jingle, o tempo passa, voa, e Lô Borges completou cinco décadas de carreira. E as celebrações estão sendo no palco. O cantor e compositor fará  turnê por cinco municípios do Rio de Janeiro. As apresentações de “Lô Borges – 50 anos de música” começam na próxima sexta-feira (14), pelo Teatro Firjan Sesi de Duque de Caxias e seguem para o Centro do Rio (dia 19) e para o norte e o nordeste do estado, por praças como Macaé, Campos e Itaperuna.

E Lô tem um motivo a mais para festejar. Ele e o letrista Marcio Borges, seu irmão, voltaram a compor juntos após dez anos. E o resultado é a inédita “Muito além do fim”, incluída no roteiro dos shows. Outro fato a ser celebrado é o de os ingressos em algumas das cidades já estarem esgotados, como em Campos e em Itaperuna, num sinal de que a música de Lô ultrapassou divisas. E, sobretudo, fronteiras.

– O que me surpreende até hoje é o reconhecimento internacional do “Clube da esquina”. Ele já foi tema de vários livros, textos científicos e reportagens publicados aqui e no exterior. Sem falar dos artistas internacionais que gostam e citam o “Clube” como um disco de referência, como nos casos de Arctic Monkeys e do Julian Lennon. E, recentemente, os rappers norte-americanos Kanye West e Pharre llWilliams – celebra Lô que vai apresentar canções de diferentes momentos de sua trajetória artística.

Sim, ele já está com os pés nessa estrada. E se cantar, não chore não. É só (e muita) poesia.

 

Crédito da imagem: João Diniz

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