Ela era a favorita do poeta Vinicius de Moraes (1913-1980), que dividiu o palco com grandes cantoras desde que foi banido do Itamaraty pela ditadura militar . Ela foi uma das duas vozes (a outra foi Maria Bethânia) responsáveis por atrair à música o hoje respeitado DJ Zé Pedro. Estamos falando de Maria Creuza, cantora inigualável que completou 80 anos na última segunda-feira (26). A artista volta ao Brasil para celebrar a data com um show – e num dos berços da bossa nova.
Maria Creuza volta de Buenos Aires, Argentina, onde está radicada desde 2018, na semana que vem, quando começam os ensaios. A intérprete será acompanhada pelo violonista André Luiz, seu parceiro em apresentações memoráveis no Vinicius, em Ipanema. Os shows comemorativos acontecem nos dias 15 e 22 de março, no Bottle’s, no icônico Beco das Garrafas, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Foi ali, naquele conjunto de casas, onde Elis Regina (1945-1982) e outros tantos artistas fizeram suas primeiras aparições no Rio de Janeiro.
O responsável pela iniciativa é o produtor João Luiz Azevedo, fã da cantora e responsável por muitos shows bacanas na cidade. As conversas com Maria Creuza vêm de antes da pandemia, quando ela foi sondada para reabrir o Vinicius Bar (hoje Bossa Nova Bar), em Ipanema, casa cuja história confunde-se com a da própria intérprete.
– Acabou que não reabrimos a casa, mas as conversas com a Maria Creuza aconteciam de quando em quando. Na virada do ano, ao trocarmos mensagens de boas festas, ela respondeu dizendo que gostaria de voltar a se apresentar no Rio. E seus 80 anos são um motivo mais do que especial para esta volta – celebra o produtor, que tem planos de levar a cantora para apresentações em São Paulo e na Bahia, estado natal da artista, nascida em Esplanada, além de outros estados.
E elas têm tudo para ser memoráveis. Afinal, essas oito décadas de vida pedem uma celebração à altura dessa artista que, sem abusar, tirou partido do talento que tem.