São dois talentos da nova geração da música que se encontram. Elas já cantaram juntas, trabalharam juntas e agora gravam juntas pela primeira vez. E homenageando um Brasileiro (em maiúscula mesmo) que é um dos maiores compositores do planeta. Sílvia Machete e Maria Luíza Jobim unem seus timbres únicos em “Two kites”, canção de Tom Jobim (1927-1994), pai de Maria Luiza,e lançada pelo Maestro Soberano no LP “Terra Brasilis”, de 1980.
A regravação de “Two kites” estará no novo álbum de Machete, “Invisible woman” (Biscoito Fino), com previsão de lançamento para abril e que chega como single às plataformas digitais nesta terça-feira (27). A faixa será a única regravação do álbum, todo com canções autorais em inglês, a exemplo do álbum mais recente da cantora, no qual apresentou a persona artística Rhonda.
– Pesquisando músicas em inglês de compositores brasileiros, encontrei ‘Two Kites’, do Tom. Fiquei louca com essa letra, quis muito gravá-la, e achei que caberia no repertório do novo álbum – conta Machete que chamou Lalo Brusco e Alberto Continentino para colaborarem na sonoridade do novo projeto.
Os laços entre Machete e Maria Luiza vem se estreitando de alguns anos para cá – e rendendo bons encontros. A primeira assinou recentemente a direção do novo show da segunda, que lançou seu novo álbum, “Azul”, em 2023. As afinidades afloraram a partir das participações de Marilu, como era chamada por Tom, em dois shows de Machete em São Paulo, com a artista relembra:
– Ela me disse que “Two kites” era uma das suas canções favoritas, e nós a cantamos juntas nesses shows. As outras foram “Meditation” (versão de “Meditação”) e “I love missing you”, de “Rhonda”. E fomos viajando nessa história do cancioneiro norte-americano, que é muito rico.
E a viagem não é só musical, mas visual. O material de promoção de “Two kites” tem ares de anos 1950, quando Tom dedilhava seu piano em pequenos ambientes como o do hoje mítico Clube da Chave. O instrumento visto ao fundo das fotos é o do próprio Tom, inclusive.
Como eternizado por ele, o samba de Maria Luiza é bonito pra chuchu. Se feito na companhia de Sílvia Machete, o resultado é ainda mais belo. Essas duas pipas vão longe.
Crédito das imagens: Alex Santana