‘Peguei covid no primeiro dia’

fevereiro 17, 2024

Stephen Fry, o sorriso que desafiou Bolsonaro, renova seu fã clube na Berlinale, como nos conta Rodrigo Fonseca

*por Rodrigo Fonseca

Militante queer famoso por sua campanha contra a intolerância, Stephen Fry ficou famoso no cinema por dar vida ao escritor Oscar Wilde (1854-1900) e fez seu nome na esfera da política ao desafiar Jair Bolsonaro durante uma entrevista de 2013. Num papo no Rio de Janeiro, feito para uma série documental, ele expôs um discurso homofóbico do ex-presidente. Esse documentário, disponível no YouTube, veio à tona durante a passagem do ator inglês de 66 anos pela Berlinale, em conversa com NEW MAG na capital alemã. Por lá, ele virou uma sensação à frente do que o evento chama de “filme fofo”: o comovente “Treasure”. A seu lado, em cena, está a a atriz e roteirista Lena Dunham, de “Girls”.

– Olha que quase fui o ‘estraga-festa’ desse set, pois peguei covid no primeiro dia de filmagem – disse o ator, depois de um “Muito obrigado!” em português para o site. – É um filme que fala sobre os traumas do Holocausto, que atingiram a minha família.

Objeto da canção-título do CD de estreia de Zeca Baleiro, “Por onde andará Stephen Fry?”, o ator brilha no filme, sob a direção de Julia von Heinz no papel de Edek, um imigrante polonês viúvo que regressa à sua terra natal, na década de 1990, a pedido de sua filha, a jornalista Ruth.

– Existe um lado heroico nele na luta para proteger a filha de um possível fardo que seu passado possa carregar – disse Fry ao NEW MAG. – Ele propõe uma companhia acolhedora, para entender o mundo ao lado de alguém que ama.

“Treasure” entrou na grade do festival fora de competição, mas dispara no gosto do público pelo carisma de Fry e de Lena. A Berlinale termina no dia 25.

*especial para NEW MAG

Stephen Fry com a atriz e roteirista Lena Dunham na coletiva do comovente “Treasure” em Berlim

 

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