A vida de Pier Paolo Pasolini (1922-1975) foi curta, mas intensa. E profícua. Em 53 anos de vida, ele conseguiu deixar uma assinatura personalíssima no cinema, a ponto de ser levado a dirigir, no palco, a grande Maria Callas (1923-1977). O pensamento desse artista, que peitou uma Itália fascista, inspira “Pasolini – No deserto da alma”, espetáculo que, devido ao sucesso, volta ao Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio de Janeiro, onde estreou em Janeiro.
– Num país católico-fascista, Pasolini ousou exprimir sua visão do mundo inspirada pelo desejo físico dos rapazes do campo e das periferias – reconhece Francis Mayer, diretor da montagem, destacando uma marca do diretor italiano: – Ele introduziu sua fúria sexual na poesia e no cinema.