Pode-se dizer que o Carnaval carioca é um antes e outro depois da passagem de Enoli Lara. Artista plástica, escritora e atriz, ela protagonizou o primeiro nu frontal na Marquês de Sapucaí. O momento polêmico aconteceu no desfile da União da Ilha, em 1989, cujo enredo era “Festa profana”. Em conversa com o NEW MAG, a musa recorda o episódio histórico.
— A fantasia, uma capa branca que se abria e se fechava até tinha um tapa-sexo, mas eu gosto de catarse. Como artista plástica sempre criei personagens, então encarnei Afrodite, a deusa pagã que eu vim representando no carro. Incorporei um ato erótico e levei essa euforia para avenida — conta Enoli.
A Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro proibiu, no ano seguinte, o nu frontal nos desfiles. No entanto, a artista revela que a decisão foi tomada por outro motivo:
— Havia uma conversa nos bastidores que o Joãozinho Trinta, carnavalesco da Beija-flor, viria com 30 homens completamente nus em cima do carro. Por isso a Liga decidiu proibir.
Autora do livro “Trilogia do prazer – a sacerdotisa do sexo”, Enoli está em Curitiba para passar o Carnaval com a família. Mesmo de longe, ela vai acompanhar os desfiles pela televisão e enaltece as musas atuais.
— Depois de mim, da Monique Evans e da Luma de Oliveira, quem construiu uma bela história foi a Viviane Araújo. Ninguém do meio artístico conseguiu se manter em destaque tanto tempo como ela — declara a artista, que ainda comenta mais dois nomes que admira — gosto muito da Paolla Oliveira e da Mayara Lima da Paraíso do Tuiuti.
Enoli desfilou pela última vez em 2001 pela Renascer de Jacarepaguá, mas não deixou de receber convites para desfilar por anos depois de sua última passagem pelo Sambódromo.
— A última vez que fui convidada foi há três anos. Eu ia para Avenida assistir aos desfiles no camarote e carnavalescos queridos como o Alexandre Louzada sempre me convidavam — conclui.
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