Ali pelos anos 1980, quando muito pouco (ou quase nada) se sabia sobre o HIV, um homem usou de sua voz para esclarecer questões relacionadas ao próprio vírus e aos direitos daqueles que haviam sido tocados por ele. O homem em questão era o jornalista Herbert Daniel (1946-1992) que, ao gritar contra o preconceito em torno dos pacientes de AIDS, tornou-se também pioneiro no ativismo pelas causas LGBTQIA+.
Um musical vai reavivar a memória do jornalista e escritor e – o mais importante – apresentar seu legado e seu pensamento às novas gerações. “Codinome Daniel” tem direção e dramaturgia a cargo do competente Zé Henrique de Paula e chega ao palco em montagem do Núcleo Experimental. A estreia é no dia 12 deste mês, na sede do grupo, em São Paulo.
– Pretendemos levar ao público a vida e a obra, ainda muito desconhecida, do Herbert Daniel, um revolucionário gay que desafiou tanto a ditadura de direita quanto os setores da esquerda que reproduziam a homofobia e a heteronormatividade – defende Zé Henrique, que assina as letras das canções, compostas em parceria com Fernanda Maia, diretora musical da montagem.
O elenco é formado por Davi Tápias, Luciana Ramanzini, Fabiano Augusto, André Loddi, Lola Fanucchi, Cleomácio Inácio, Renato Caetano e Paulo Viel. sessões de sexta à segunda, às 21h, e, aos domingos, às 19h.