O mico do ano

dezembro 31, 2023

Relator do projeto que proíbe o casamento homoafetivo, o deputado federal Pastor Eurico é eleito por NEW MAG o Mico do Ano

Na última semana, publicamos as eleições das personalidades mais belas e mais elegantes do Brasil em 2023. Agora, a proposta é diferente. Neste domingo (31), vamos apresentar o escolhido para o título de Mico do Ano. O eleito por NEW MAG foi o deputado federal Pastor Eurico (PL-PE). 

A “honraria” é mais do que merecida. O Pastor Eurico foi o relator do Projeto de Lei 5.167/09, que pretende anular o casamento homoafetivo. Ele indicou parecer favorável à proposta que foi aprovada em outubro por 12 votos a 5 pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados.

A proibição pela união entre pessoas do mesmo sexo não é consenso universal entre líderes cristãos. Os pastores Hermes Carvalho Fernandes, da Igreja Reina, e Fellipe dos Anjos, da Igreja Batista de Água Branca (SP), são contrários ao retrocesso de direitos das pessoas LGBTQIA+. O Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), da Igreja Batista do Caminho, é deputado federal, integra a comissão que ratificou o PL e criticou a aprovação. 

— O parecer do projeto trata a homossexualidade como patologia, distúrbio psicológico, ou seja, uma concepção de mundo violenta, antidemocrática e antilaica, visando retirar um direito adquirido. Reflexo de ódio, preconceito, ressentimentos e até mesmo desejos mal resolvidos — declarou o pastor Henrique ao NEW MAG. 

Nomes das artes também posicionaram-se contra o projeto que deixou a sociedade brasileira estarrecida. A cantora Daniela Mercury, casada há dez anos com a jornalista Malu Verçosa, chegou a questionar por que algumas pessoas têm o direito de se casar e outras não. A atriz Nanda Costa, esposa da percussionista Lan Lanh, declarou que querem anular sua certidão de casamento. Ainda manifestaram-se contra o PL os atores Sérgio Guizé, Alice Wegmann e Giovanna Ewbank

O casamento homoafetivo foi declarado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2011, porém, ainda não foi regulamentado em lei. O PL 5.167/09 precisa ser aprovado pelas comissões de Direitos Humanos e de Constituição e Justiça para chegar ao Senado. O desejo é de que a constitucionalidade, a liberdade e o bom senso sejam respeitados e o projeto seja derrotado — e nunca mais algo semelhante seja votado na Câmara.

Crédito da imagem: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados 

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