A elas, uma salva de palmas!

março 8, 2022

Neste Dia Internacional da Mulher, homenageamos seis personalidades que influenciam outras mulheres e enchem de orgulho os brasileiros

“É que as mulheres sempre estão\ É que as mulheres sempre dão\ É que as mulheres sempre são”… Esses versos foram eternizados por Gonzaguinha em “Têmpera”, canção de 1991 e certamente uma das últimas feitas pelo artista. Tomamos as palavras do poeta para saudar neste Dia Internacional da Mulher  seis personalidades do sexo feminino que inspiram outras mulheres e que enchem de orgulho a nós, brasileiros. Que elas e que os nossos leitores , independentemente de qual seja a sua orientação, se sintam homenageados.

Fernanda Montenegro

Seja no palco, espaço onde é soberana, ou na telenovela, em que atua há exatos 70 anos (tempo que tem o formato no país), Fernanda Montenegro construiu uma carreira irrepreensível – e não há, em se tratando dela, adjetivo melhor.  “Estrela Montenegro do Universo”. Assim, ela foi definida pelo poeta mineiro Fernando Brandt (1946-2015) em “Mulher da vida”, parceria com Milton Nascimento. Recentemente, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL) por unanimidade. Tal episódio é apenas um reflexo do imenso respeito que nós, brasileiros, temos pela artista e pela pessoa que ela, nascida Arlete Pinheiro Monteiro, amalgama na sua persona pública. Outro exemplo significativo está no fato de, na última segunda-feira, ter siso apontada pela terceira vez como a Mulher Mais Admirada do Brasil, segundo pesquisa do Instituto Qualibest. “Uma pessoa é o que a sua voz é”, escreveu ela, certa vez, à cantora Simone. E Fernanda é o que ela é por inteiro – e por direito: luz a clarear um país que as trevas tentam escurecer. Estrela Montenegro do Brasil e do Universo.

Crédito: Juan Martinez

Anitta

No dicionário, um dos significados para fenômeno é o de “um fato raro e surpreendente”. Outro é o de “pessoa excepcional naquilo que faz”. Ambas as definições vem bem a calhar quando se trata da cantora Anitta. A moça que, em 2013, botou o país para dançar ao som de “Show das poderosas” conquistou hoje, nove anos depois, projeção para muito além das divisas nacionais. É raro uma artista brasileira ter seu trabalho anunciado em plena Times Square, em Nova York. Pois Anitta conseguiu. O single “Faking Love”, lançado em outubro de 2021, ocupou um senhor cartaz no corredor urbano e cultural mais conhecido no mundo. Disposta a conquistar uma fatia no mercado internacional, Anitta aprimorou seu inglês, estudou estratégias, caprichou no marketing e hoje é respeitada por artistas que, até outro dia, seriam inalcançáveis. Ao projetar a si própria, chamou atenção do mundo para Honório Gurgel, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde cresceu, e mostrou que a mulher brasileira vai muito além do estereótipo da Garota de Ipanema. A mulher pode, sim, ser curvilínea e graciosa, e pode também ser voluptuosa e sexy. Viva!

Margareth Dalcolmo

O primeiro caso de contágio pelo coronavírus no Brasil foi diagnosticado no dia 26 de fevereiro de 2020, em São Paulo. Lá se vão dois anos desde que a  pandemia da Covid-19 começou a se espalhar por aqui – e ceifar mais de 650 mil vidas. No primeiro ano do surto, uma mulher foi incansável ao esclarecer questões relacionadas ao contágio da doença e as formas de preveni-la. Essa mulher é a pneumologista Margareth Dalcolmo. Sempre que solicitada (e não foram poucas as vezes em que isso aconteceu), a médica estava lá, na tela da TV ou no rádio, esclarecendo dúvidas e dando as explicações necessárias. Quando teve início por aqui o calendário da vacinação, ela não se fez de rogada e defendeu a importância da imunização. São anos dedicados à medicina e à pesquisa na área da Saúde. Certamente a médica já perdeu a conta da quantidade de vidas que salvou. Nesses últimos dois anos, esse número ficou muito maior. E o Brasil tem para com ela uma dívida de gratidão.

Paula Lavigne

Quando o verbo empreender não era usado a torto e a direito como é hoje, Paula Lavigne já o colocava em prática. Empresária do cantor e compositor Caetano Veloso, de quem também é mulher, Paula ajudou a dar à carreira do artista o respeito e a visibilidade que há muito ele merecia. O trabalho como empresária levou-a a investir em outras frentes na Cultura: dedicou-se à produção de cinema e chegou a comandar uma gravadora – e saiu-se muito bem nesses ramos. Filha do advogado Arthur Lavigne, Paula desenvolveu um senso de Justiça grande e, sempre que necessário, compra a briga dos amigos – e eles não são poucos. E levanta também bandeiras em prol de um mundo mais digno e de uma sociedade  igualitária. Prova disso são os movimentos 342 Artes e 342 Amazônia que ajudou a criar e que realizam  feitos país afora. Um deles é o “Ato pela Terra contra o Pacote da Destruição”, que acontece em Brasília nesta quarta-feira (09). Na canção “Branquinha”, Paula é carinhosamente definida por Caetano como “Pororoquinha”. Levando-se em conta os aspectos de força e poder de transformação, Caetano não poderia ter escolhido imagem mais assertiva.

Iza

Nascida em Olaria, subúrbio do Rio de Janeiro, Isabela Cristina Corrêa de Lima Lima (sim, o sobrenome é duplo) passou boa parte da infância em Natal, para onde o pai, militar, mudou-se com a família. Única criança negra na escola particular onde estudou, a menina se deu conta de que, para ser respeitada, precisaria fazer valer sua voz. De volta ao Rio, formou-se publicitária, e criou na internet um canal através do qual mostrava suas composições e cantava músicas de outros artistas. Isabela deu vez à Iza e mostrou que voz não lhe faltava. Um dos nomes mais interessantes do segmento pop na sua geração, Iza conquistou espaços na música e além dela. É, desde 2019, técnica do “The Voice Brasil”, sendo uma das mais carismáticas que já passaram pela atração. E esse mesmo carisma faz dela hoje garota propaganda de produtos que vão de telefonia a investimentos. Iza é hoje uma inspiração a muitas meninas negras país afora.  Mais do que isso: é a prova de que, com talento, carisma e perseverança, a mulher pode conquistar os espaços que quiser tanto na sociedade quanto na vida.

Luiza Helena Trajano

Volta e meia surgem rumores de que a empresária Luiza Helena Trajano vai concorrer a um cargo eletivo em outubro. As especulações já garantiram que seria para o Palácio do Planalto e, outros, que seria vice de algum figurão. Em todas as vezes, negou categoricamente tais rumores. O que a empresária não nega é fogo na hora de trabalhar. E foi com muito suor que ela fez de uma pequena rede varejista em Franca, interior de São Paulo, a holding que, através do mercado digital, está presente em 23 estados.  Sim, o Magazine Luiza é um caso de sucesso. E o bordão “Tem no Magalu\Tem no Magalu” tornou-se conhecido (e repetido) no país inteiro.  Ao longo da sua trajetória, Luiza fez questão de dar a outras mulheres oportunidades de ascensão profissional. E lidera hoje o Grupo Mulheres do Brasil, criado em 2012 e composto por 50 nomes ligados ao setor econômico. São mulheres que trabalham por uma sociedade mais justa e igualitária. Mãos à obra, meninas! Que venham mais e mais mudanças!

Crédito: Lailson Santos

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