Em 1965, uma montagem teatral aproximou dois grandes talentos da nossa Cultura. Eram eles o já consagrado poeta João Cabral de Mello Neto (1920-1999) e Chico Buarque (então de Holanda), na época um talento promissor na música. A montagem era a de “Morte e Vida Severina”, auto publicado originalmente por Cabral em 1955 e que teve, dez anos depois, seus versos musicados por Chico. A montagem estreou no dia 11 de setembro de 1965 com jovens atores do Teatro da Universidade Católica (Tuca) e chegou a ser apresentada no 4º Festival Universitário de Nancy, na França, onde ganhou o prêmio de Melhor Espetáculo.
Pois, este ano, o musical volta a ser encenado justamente no teatro onde nasceu. A nova montagem terá a assinatura do respeitado ator e diretor Elias Andreato, e a estreia está prevista para 16 de abril no Tuca. O elenco é formado por 13 jovens talentos.
Será a terceira vez em que o musical é encenado de forma profissional (a primeira foi amadora) e sob a batuta de um diretor consagrado. Nos anos 1990, “Morte e vida Severina” foi encenada pelo Grupo Tapa, de São Paulo, e foi dirigida também pelo mineiro Gabriel Vilela.
A montagem de Vilela inovou por usar no cenário fotos de Sebastião Salgado e por abrir o espetáculo com “Admirável gado novo”, de Zé Ramalho. O poeta João Cabral assistiu na época e aprovou a encenação.