Evandro Teixeira tinha 38 anos quando, em setembro de 1973, foi designado pelo Jornal do Brasil para ir ao Chile. Um golpe militar estava recém-instaurado naquele país e ele não imaginava que registraria momentos de suma importância para a História. Evandro foi, por exemplo, o único fotojornalista do planeta a fotografar o enterro do grande poeta Pablo Neruda. Os registros dessa época inspiraram uma exposição que chega ao Rio de Janeiro. “Evandro Teixeira, Chile, 1973” chega ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) no dia 30 deste mês, após ser assistida, com grande sucesso, no Instituto Moreira Salles de São Paulo.
A mostra é composta por 160 imagens em preto e branco selecionadas por Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS. O público poderá ver registros marcantes como a de parte do Palacio de La Moneda destruída por um bombardeio e a dos presos políticos reunidos no Estádio Nacional. A exposição traz ainda imagens feitas no Brasil na mesma época, estabelecendo, assim, um diálogo entre os dois países, então governados por militares.
Evandro chegou à fronteira no dia 11 de setembro, dia seguinte ao golpe, mas só conseguiu entrar no país no dia 21. Além de driblar a ditadura chilena, o fotógrafo precisava ser rápido no trato e no envio das imagens ao JB, veículo no qual atuou por quase cinco das seis décadas de sua carreira. A mostra é enriquecida também com máquinas fotográficas e crachás de imprensa, entre outros objetos pessoais desse grande mestre na arte de fotografar – um dos maiores do nosso país. Viva Evandro Teixeira!
Crédito das imagens: André Arruda (alto) e Evandro Teixeira