Em fins dos anos 1970, uma canção propagava que o Brasil não conhecia o Brasil. A afirmação tinha lá sua verdade, mas uma produtora de cinema foi fazendo com que os brasileiros conhecessem seu país e – o mais importante – sua cultura e suas origens. A produtora em questão é a LC Barreto, criada por Luiz Carlos e por Lucy Barreto, que chega aos 60 anos. E terá, por isso, alguns dos filmes por ela produzidos exibidos numa mostra. “LC Barreto 60 anos filmando o Brasil” ocupa o Estação NET Botafogo, no Rio de Janeiro, da próxima quinta-feira (24) a 03 de setembro.
A programação é composta por 24 produções, selecionadas entre pelos organizadores da mostra, realizada em parceria pelo Grupo Estação, Cavídeo e pela própria LC Barreto. Estarão lá clássicos como “Vidas secas”, de Nelson Pereira dos Santos (1928-2018), “Terra em transe”, de Glauber Rocha (1939-1981), “Bye, bye, Brasil”, de Cacá Diegues, “Inocência”, de Walter Lima Jr, e “Garrincha, alegria do povo”, documentário de Joaquim Pedro de Andrade (1939-1981).
O diretor Fábio Barreto (1957-2019) terá sua memória reverenciada por cinco dos títulos dirigidos por ele. A seleção abrange “Índia, a filha do sol”, de 1982, a “Lula, o filho do Brasil”, de 2009, passando por “O quatrilho’ (1996), que concorreu ao Oscar, e pelo documentário sobre o Grupo Corpo, dirigido juntamente com Marcelo Santiago.
Diretor de um dos campeões de bilheteria do nosso cinema, “Dona Flor e seus dois maridos” (1976), Bruno Barreto tem também cinco de suas obras escolhidas. Estarão na mostra títulos como “O beijo no asfalto” e “O romance da empregada”, lançados na década de 1980, e o belíssimo “Flores raras”, de 2013.
As exibições contarão com as presenças de alguns dos diretores, atores das produções e, claro, de membros do clã homenageado. Afinal, nessa produção eles são protagonistas. A eles, uma salva de palmas!