A fotógrafa Eny Miranda começou a carreira cobrindo política. Era o ano de 1987 e ela acompanhou de perto aquela que foi a primeira eleição direta para presidente após a ditadura militar. Em 1990, a convite de O Globo, ela troca Minas Gerais, seu estado natal, pelo Rio de Janeiro. E tome de mais e mais coberturas de política.
De uns anos para cá, passou a viver da cobertura dos eventos para os quais é contratada. A Política deu lugar a Cultura e ao Entretenimento, mas o olhar da fotógrafa continuou afiado.
A relação com a paisagem urbana carioca é antiga e vem se aprimorando desde sua mudança para a Cidade Maravilhosa – assim como a técnica ao fotografar. Muitas das imagens que ilustram essa galeria foram feitas com a câmera… do seu celular.
– O Rio se tornou uma cidade perigosa e não dá para ficar ‘dando mole’ com o equipamento profissional por aí. O celular é prático de carregar e o efeito obtido com ele acaba sendo muito satisfatório – explica ela.
Um amigo, certa vez, se surpreendeu com a variedade de imagens obtidas por ela na Praia do Arpoador. Eny acabou revelando a ele muito sobre sua relação com a câmera e com a paisagem:
– A natureza no Rio está em constante transformação, e meu olhar acompanha essas mudanças. Não sou de ficar parada esperando uma determinada imagem.
Nos últimos dois anos, fotografar o Rio foi mais do que um exercício profissional; foi a forma com que a artista pagou suas contas e se sustentou.
– A pandemia fechou teatros e casas de shows, além de cancelar lançamentos, e o jeito foi buscar outras formas de me manter. Acabei vendendo muitas das fotos que fiz do Rio – entrega Eny, que tem imagens decorando residências de personalidades como a do ator Alexandre Borges e a da jornalista Fernanda Gentil, entre outros.