Coragem é uma palavra que define bem Dolores Duran (1930-1959). A cantora e compositora, símbolo de um estilo musical popularmente conhecido como “Dor de cotovelo”, acabou associada, nos anos seguintes, a algo ultrapassado. Acontece que o mundo dá voltas e, hoje, as Maiaras e Maraísas não existiriam não fosse Dolores.
Para a jovem cantora Maria Marcella, Dolores sempre foi up to date. Tanto que escolheu nove canções do repertório da artista para reverenciá-la no álbum “Maria Marcella canta as dores de Dolores Duran” (Kuarup) – o quarto na sua discografia.
Esse precioso repertório será apresentado ao vivo, nesta quinta-feira (08), justo na casa que leva o nome da homenageada: o Dolores Club, na Lapa, Centro do Rio de Janeiro. O repertório traz os singles que antecederam o projeto, “Por causa de você”(Dolores e Tom Jobim) e “A banca do distinto” (Billy Blanco), além das sete do álbum.
– Dolores Duran tem uma importância enorme para a música brasileira. Com apenas 29 anos de vida, ela quebrou muitos paradigmas, como por exemplo, cantando na noite e em muitos lugares que nunca haviam recebido mulheres – destaca Marcella chamando atenção para a compositora que ela foi: – Ela era uma compositora muito talentosa e sensível num tempo em que havia pouquíssimas mulheres compondo.