Fátima Bernardes tem uma das carreiras mais interessantes da TV. E fora dela também. A menina de família humilde, criada no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro, sonhava em ser bailarina. E assim ela foi, até o início da vida adulta, quando optou por cursar Comunicação Social. As mudanças fazem parte da vida de Fátima. Iniciou na TV Globo sua carreira nos anos 1980, passou por diversos telejornais até chegar ao principal da emissora, o “Jornal Nacional”, em 1998. Depois de 13 anos na bancada, a vontade de viver o novo desafio veio à tona. E lá foi ela para o “Encontro”, programa diário que mistura informação, prestação de serviços e muita música. Dez anos depois, nova mudança: o “The Voice” e um de seus desdobramentos, o “Kids”. O novo momento da carreira foi tema da entrevista exclusiva ao NEW MAG. Ela também falou sobre a luta antirracista e a possibilidade de voltar ao formato diário na televisão.
Há um ano você deixou de apresentar o “Encontro” para assumir o “The Voice” e, agora, está à frente do “The Voice Kids”. Como é para você esse novo momento na carreira?
Está sendo muito bom. É maravilhoso trabalhar com as crianças. A energia deles é ótima, o astral lá em cima. Estou realmente muito feliz.
O que a trajetória da Fátima jornalista contribui para a Fátima, apresentadora do “The Voice Kids“?
Contribui muito na hora das entrevistas, no tempo de televisão, de não haver um intervalo tão longo durante as gravações. E, claro, o mais importante: respeitar a emoção dos participantes.
Vendo os pequenos talentos do programa, você se recorda da Fátima criança cheia de sonhos? Você faz esse resgate afetivo?
Com certeza. Principalmente quando era menina e subia ao palco para dançar. Eu tinha apenas 8 anos quando me apresentei pela primeira vez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Inclusive, é uma grande emoção sempre que volto lá.
Você integrou o júri do “Prêmio Sim à Igualdade Racial”. Como você vê o seu papel na luta antirracista?
Durante todo o período que estive no “Encontro”, essa pauta era bem forte para nós da produção do programa. Era uma equipe diversa com jornalistas, produtores e editores que estavam sempre muito atentos à necessidade de abrir espaços. O programa dava voz a pessoas que não tinham voz. Lá, conheci a Luana Agenor (diretora executiva do Instituto Identidades do Brasil) e diversos projetos que me tocaram muito. Hoje, o meu papel é esse: estar próxima e abrir espaço à luta antirracista.
Depois de apresentar um programa diário e agora um reality show musical de temporada, que voos você ainda pretende alçar na televisão?
Sei que gosto de mudar muito, mas calma! Acabei de chegar à família “The Voice”. Me dá uma folguinha (risos).
E quanto ao seu nome ser cotado para o projeto do novo programa diário na Globo?
Nunca houve essa conversa. Não me chamaram para conversar, não me fizeram nenhuma proposta. Minha decisão de deixar o programa diário foi muito pensada. Não faria sentido nenhum retornar a este formato apenas um ano depois de ter saído.
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