O Centro de Articulação das Populações Marginalizadas (Ceap) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) enviaram, nesta segunda-feira (22), uma representação à Defensoria dos Povos (Defensor del Pueblo), provedor das demais côrtes na Espanha. A medida é em razão dos episódios de racismo e xenofobia dos quais o jogador Vinicius Jr, do Real Madri, foi vítima – sendo o mais recente ocorrido no último domingo (21). O fato recente foi incluído no documento nesta segunda-feira (22), segundo relatou ao NEW MAG o ativista e babalaô Carlos Alberto Ivanir dos Santos, fundador do Ceap.
– Tomamos essa atitude em razão de ter havido omissão do próprio Estado espanhol e de órgãos como a federação de futebol e o próprio Real Madri – explica Ivanir, também professor da UFRJ, reforçando a importância de apelar a uma instância superior: – O jeito é encaminhar a medida ao Estado e isso pode ser feito através da Defensoria dos Povos de Madri.
A iniciativa foi tomada, segundo o professor, desde a primeira agressão sofrida por Vinicius, quando o jogador foi chamado de macaco por um jornalista. O plano era o de enviar o documento nesta segunda-feira, mas , em razão do episódio recente, ele precisou ser atualizado devido ao que o professor aponta como uma “infeliz coincidência”:
– Trata-se de uma infeliz coincidência. Nossa ideia era a de tomar posição desde o primeiro momento, quando fizeram um boneco dele (com a faixa onde lia-se “Madri odeia o Real”) como se aquilo fosse uma coisa banal. Levantamos os fatos ofensivos ao jogador, que não são poucos e, diante da evidente omissão, o jeito é recorrer a uma instância superior.