Uma beleza genuinamente brasileira chamou atenção na Semana de Moda de Milão. A modelo Emily Nunes fez, aos 23 anos, sua estreia internacional no desfile da Diesel e seus traços indígenas, da etnia Aruãns (ou Aruã), despertaram o interesse dos europeus e da imprensa internacional.
Criada entre Belém e a Ilha de Marajó, Emily calçava os saltos da mãe e desfilava pela casa imitando as modelos que via pela TV. A realidade levou-a a trabalhar como caixa num supermercado e, anos depois, como vendedora numa loja de aparelhos celulares, onde tinha como função ofertar chips aos clientes. Na época, ela imaginava que seu futuro seria como o de muitas outras jovens daquela região do país, mas o destino fez das suas…
Aposta da Way Models, ela realiza seu sonho de infância. Emily já esteve nas capas de edições da Vogue brasileira e na de Portugal e, recentemente, brilhou na São Paulo Fashion Week, onde foi uma das recordistas de entradas na passarela.
– Sonhava trabalhar como modelo, mas não via minha beleza ocupando esses lugares. Achei que nunca poderia estar aqui. É muito importante que tenhamos corpos indígenas em todos os espaços – destaca a bela chamando atenção para a presença de mais representantes indígenas na moda: – Representar o meu povo é muito importante para termos mais visibilidade e para que mais indígenas ocupem os espaços que sonharem.